Esta pergunta frequentemente permeia a vida dos indivíduos em diferentes fases do desenvolvimento humano. Na maioria das vezes, é direcionada às crianças e aos adolescentes, mas com cada vez mais frequência pode-se indagar os adultos, considerando que é crescente o número de pessoas insatisfeitas e indecisas em relação a sua atual e futura profissão.
Frente à imensidão de cursos ofertados, (técnico, graduação tecnológica, graduação bacharelada, licenciatura, pós-graduação) torna-se cada vez mais difícil escolher qual caminho seguir e responder a questão que intitula este texto.
Considerando o cenário atual, a data parece bastante adequada para dispensar atenção especial aos adolescentes, lembrando que a palavra “adolescência” vem da palavra latina adelesco, que significa “crescer”. Esta fase do desenvolvimento humano se caracteriza pela “transição da infância para vida adulta”. E são os adolescentes por volta dos 16-17 anos, algumas vezes cobrados como adultos e outras vezes cuidados como crianças, que precisam responder de súbito a pergunta que ouvem há alguns anos. A resposta, na infância, é rápida e com a convicção que todos acreditam: “quando crescer serei piloto”, “jogador de futebol”, “bombeiro”, “policial”, “professora”, “modelo”, “cantora”,“médica” entre muitas outras que, com certeza, já ouviram.
Algumas vezes ouvimos das crianças: “serei grande” ou “serei adulto”. Sim, serão grandes e adultos, mas para que isto ocorra, as transformações físicas, psicológicas e sociais entre outras aquisições tornam-se necessárias. Escolher a profissão, ser aprovado no vestibular, ingressar em um curso ou começar a trabalhar são acontecimentos que funcionam como um rito de passagem entre as fases do desenvolvimento já mencionadas.
Para realizar a escolha com autonomia e segurança, além do essencial autoconhecimento e conhecimento das profissões, vale lembrar e refletir sobre sua história de vida e aprendizagem formal e informal, em outras palavras, lembrar quem foi, quem é e quem pretende ser, pois escolher uma profissão significa também escolher um estilo de vida.
Vale mencionar que a decisão é carregada de expectativas dos familiares, amigos e professores e neste momento torna-se relevante indagar também para eles: o que você gostaria que sua criança fosse quando crescer? Essa questão deve ser considerada, pois quem você quer ser e quem os outros gostariam que fosse, algumas vezes, diverge e pode frustrar ambas as partes.
Por fim, os pais (ou aqueles que desempenham esta função) devem permanecer ao lado de sua eterna criança, pois assim como foram essenciais para que seu filho conseguisse dar os primeiros passos sozinho, vocês são também fundamentais para que, hoje, ele consiga escolher, com autonomia, que direção seguir e quem quer ser quando crescer.
* Psicóloga com formação em orientação profissional, mestranda em Educação, Orientadora Profissional da Aliança Educativa (PUCPR) e PsiCoach (www.psicoach.srv.br)
Texto originalmente publicado em: www.gazetadopovo.com.br